Silvestre Correia
Hitchcock Blondes
O cabelo louro como imagem, objecto que permite transportar para o mundo palpável as intenções de um realizador pronto a provocar no público uma pretendida reacção, majestosamente moldando a percepção dos seus espectadores, também eles objectos nas mãos do “mestre do suspense”.
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Quinta-Sábado •
Duração: 60min
Classificação etária: M/ 12
Reservas: 7.50€ • 5€ [Desconto]
Sábado •
INTERFLUÊNCIAS #5
Hitchcock Blondes caracteriza-se por uma experiência estética que tem a sua maior influência no universo do cineasta e mestre do suspense Alfred Hitchcock. O título remete para o louro Hitchcock, um tom presente em muitas das suas actrizes, uma cabeleireira loura que alimentava as fantasias do realizador, não só estéticas como também, muito possivelmente, sexuais. Seria um fetiche de natureza perversa especialmente evidente no seu comportamento com Tippi Hedren, actriz cujo nome perdurou no tempo pela sua participação em “The Birds” de 1963. O seu testemunho revela um comportamento obsessivo e doentio por parte do realizador.
CRIAÇÃO Margarida Correia
COM Anabela Ribeiro, José Valente e Margarida Correia
MÚSICA ORIGINAL José Valente
CENOGRAFIA Margarida Correia (com o apoio de António Olaio)
OPERAÇÃO DE LUZ E ASSISTÊNCIA NA CONCRETIZAÇÃO VISUAL Jorge Carvalhal
REGISTO VÍDEO E FOTOGRÁFICO Francisco Carvalho e Vitorino Coragem
RESIDENCIAS ARTÍSTICAS cão solteiro.residências
APOIOS Fundação GDA, Org.i.a, (PI) Produções Independentes
Esta “experiência estética” apresenta uma separação entre as cores preto e verde. O preto inspirado na icónica silhueta de Hitchcock e o verde em “Vertigo” de 1958, no qual o realizador descobriu o grande potencial dessa cor na criação de ambientes oníricos, ao mesmo tempo que destacava perversamente o louro feminino como algo sagrado.
Para além do aspecto visual definido, este acto teatral é potenciado por uma banda sonora original inspirada no incrivelmente reconhecível tema musical de Bernard Herrmann em “Psycho” de 1960. O espectador será assim remetido para a célebre, violenta e visualmente bem concretizada cena que o público dificilmente esquecerá.
Atriz licenciada em teatro – ramo de actores, pela Escola Superior de Teatro e Cinema (2016) e em Estudos Artísticos pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (2012). Começou o seu percurso teatral em 2010, ano em que integra o CITAC – Círculo de Iniciação Teatral da Academia de Coimbra. No seu percurso artístico recebeu formação, entre outros, de Tiago Vieira, Luís Miguel Cintra, Luca Aprea, Jean Paul Bucchieri, Francisco Salgado, Vânia Rovisco, Peter Michael Dietz, Andrés Bezares, Mafalda Saloio, Pedro Fabião, Rodrigo Santos, Wojtek Ziemilsky, entre outros. Integra e colabora com o colectivo multidisciplinar DEMO. Como actriz/intérprete integrou nos projectos independentes de Isac Graça, Margarida Correia, Mário Coelho e Pedro Baptista.
António Olaio, artista plástico, nasceu em 1963, em Sá da Bandeira, Angola e vive em Coimbra. Professor no Departamento de Arquitectura da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, tendo apresentado, em 2000, dissertação de doutoramento, construída a partir da obra de Marcel Duchamp. Director do Colégio das Artes e investigador do Centro de Estudos Sociais da UC. As suas performances levaram-no à música, tendo sido fundador do grupo Repórter Estrábico em 1986, e, desde 1995, as canções que compõem com o músico João Taborda integram frequentemente os seus vídeos e exposições.
Francisco Carvalho licenciou-se em realização na Escola Superior de Teatro e Cinema em 2012. Trabalhou na montagem de filmes dos realizadores Edgar Pêra e Luís Alves de Matos, tendo ainda colaborado com o artista António Olaio. Com as curtas que realizou tem participado e recebido alguns prémios e distinções em festivais de cinema. Recentemente realizou a curta- metragem Longe da Amazónia, que competiu no festival Curtas de Vila do Conde e no festival suíço Visions du Réel, tendo sido também premiada como Melhor Curta-Metragem Documental no Festival Internacional de Documentários e Antropologia de Pärnu, na Estónia. Para além do seu trabalho como realizador, tem participado em colaborações interdisciplinares com as artes plásticas e/ou com a música, assim como na montagem e concepção de filmes e séries de carácter documental, institucional e ficcional. Colaborando também com João Moreira e Pedro Santo, é o actual responsável pela animação e montagem de conteúdos para a personagem humorística “Bruno Aleixo” e o seu universo.
José Valente é um compositor e violetista premiado. Doutorado em Arte Contemporânea com distinção e por unanimidade pela Universidade de Coimbra. Prémios: Menção Honrosa no Prémio de Composição Lopes- Graça 2009; vencedor do concurso de projectos artísticos Serralves em Festa 2010; Novo Talento Fnac 2014; The Hannah S. and Samuel A. Cohn Memorial Foundation Endowed Fellowship (E.U.A).
Licenciada pela Escola Superior de Teatro e Cinema, teve a oportunidade de trabalhar em diversos teatros nacionais (Teatro Nacional Dona Maria II, Teatro da Politécnica, Teatro da Cornucópia, The Lisbon Players, Teatro do Bairro, Teatro do Elétrico, entre outros). Em 2016, criou uma série de vídeos à qual chamou Retratos que consistia na representação alterada de figuras popularmente conhecidas e em 2017, apresentou a sua primeira performance Merry Christmas, miss Marilyn Monroe e Deolinda, um conto de Natal. Apresentou, no mesmo ano, a sua primeira criação teatral SNOW. Em 2018, apresentou Lovebirds e a sua segunda criação teatral Murphy, Beckett (UM TERÁ DE IR).
Vitorino Coragem é fotógrafo e jornalista. Formado em Sociologia, trabalhou como redactor no jornal A Capital, Diário de Notícias, Folha de São Paulo e La Opinión de Granada. O seu registo fotográfico privilegia o corpo e a expressão corporal. Maria Bicicleta, Light and Sea e Em palco são os seus projectos mais recentes. Faz a cobertura de eventos culturais, especialmente nas áreas da poesia e da performance. Colabora frequentemente com companhias de teatro e festivais literários. É um activista do uso da bicicleta na cidade de Lisboa.