Sílvia Pinto Coelho
Capricho #12 – Jogo de Espelhos
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Quinta-Domingo •
Duração: 60min
Classificação etária: 14
Reservas: 5€
Começámos pela rotina, an ecology of mind em torno de detalhes que caracterizam as improvisações no campo da dança e as improvisações no campo da música – um ensaio por mês, entre Janeiro e Dezembro de 2018, com um intuito meramente exploratório. O estúdio-casa-de-espelhos tornou-se motor de um capricho de descoberta alimentado por “improvisação”. A possibilidade da divisão dramatúrgica em doze meses potenciou a proliferação das imagens e da ficção, a partir de um mote de discussão – doze notas musicais, doze enunciados, doze composições, doze reflexões, doze espelhos de especulação na paisagem do pensar do pensamento. “12” passou a ser sinónimo de plural, uma pluralidade virtual, a imagem desdobrada garantindo a multiplicação de hipóteses e jogos jogados a partir de “uma dobra caprichosa”.
Há as quatro estações de Vivaldi, os 24 Caprichos de Paganini, os 80 Caprichos de Goya, os 12 meses do ano, a numerologia e um sem-número de signos zodiacais, ou não, nos quais não nos atemos. Há produção de imagens escolhidas, que tentam escapar a narrativas prévias, que tentam escapar à sugestão, à interpretação, à lógica linear dos sistemas simbólicos. Capricho #12, enquanto paisagem, deseja alimentar fractais identitários, projectando fantasias, expectativas, artifícios. Deseja narcisismo, espelhismo, especulação e reflexão, tenha ou não que recorrer ao espectáculo visual. Este processo é inspirado nos vídeos:
Third Tape de Peter Campus 1976, Why do Things Get in a Muddle (Come On Petunia) de Gary Hill 1984. Nos textos Through the Looking-Glass and What Alice Found There de Lewis Carroll 1871, e em “Fable” de Francis Ponge s.d. O resultado será uma dobra, ou o que sobra para lá da montagem de todo um conjunto de paisagens que vivem na operação poética de Capricho#12.
PROPOSTA DE Sílvia Pinto Coelho
CO-CRIAÇÃO E PERFORMANCE Sílvia Pinto Coelho, Bruno Caracol, Ricardo A. Freitas (música)
DESENHO DE CENA E DE LUZ Bruno Caracol
VÍDEO Nuno Cera
APOIOS Linha de Fuga, Polo Cultural Gaivotas | Boavista
APOIO À CRIAÇÃO E RESIDÊNCIA ARTÍSTICA Companhia Olga Roriz no âmbito do projeto Interferências
FOTOGRAFIA Susana Chicó
Bruno Caracol (1980) estudou Design e Artes Plásticas na FBAUL em Lisboa, onde vive. Em 2018 participou da Floating University, em Berlim e do festival A_Salto, em Elvas. Em 2017 completou um mestrado em Ciências da Comunicação – Cultura Contemporânea na FCSH-NOVA, em torno à construção moderna da ideia de “natureza selvagem”; participou no Festival DNA, em Pamplona, e na Bienal de Artes de Cerveira com o vídeo “O Inimigo (Fojo do Germil)”. Nos anos anteriores participou de eventos como a Plataforma Trafaria, colaboração entre a Hallo, de Hamburgo e a associação EDA, de Almada, e a Trienal de Arquitectura de Lisboa. Entre 2009 e 2011 colaborou na produção da residência artística Capacete, no Rio de Janeiro. Durante esse período, participou do evento V:E:R, na Terra Una, em Minas Gerais, no programa de exposições do CCSP, em São Paulo, e com Maria Moreira e Marcelo Wasem organizou um ciclo de eventos sobre / com colectivos de artistas no Rio de Janeiro, “Jogos de Escuta”.
Baixista e compositor com colaborações em projectos de jazz, música improvisada, teatro, dança e vídeo. Colabora com música original para projectos de teatro e dança. Contribuiu em espectáculos de António Pedro (Companhia Caótica), Marina Nabais, Miguel Antunes e Maila Dimas, Maria Radich, Francisco Campos (Projecto Ruínas), Teresa Sobral (QatreL), Rui Guilherme Lopes, Filipa Francisco, Pedro Carraca (depois da uma… teatro?). Compôs para os seus projectos Interlúnio (“L’Ennui Riot”, JACC Records, 2011), e GRIP 5. Participou em Wishful Thinking (“Wishful Thinking”, Clean Feed, 2007), 3-Bass-Hit e Pablibut Sone, projecto seleccionado para aBienal de Jovens Criadores da Europa e Mediterrâneo (Turim, CAPRICHO #12 Sílvia Pinto Coelho e Ricardo A. Freitas BIOS 1997). Enquanto membro da Granular participou no evento “Granular meets P.A.R.T.S.” (Palais des Beaux Arts, Bruxelas, 2007). Participa em Fungaguinhos, quarteto de voz, violino baixo e percussão, onde fez novos arranjos da música de José Barata Moura para a infância.
Sílvia Pinto Coelho (1975) coreógrafa e investigadora de pós-doutoramento do ICNOVA, FCSH. Iniciou a sua formação em dança clássica em 1981, na Academia Pirmin Treku e, desde 1994, integra no seu percurso o estudo da dança contemporânea europeia e americana. Produziu, coreografou e participou em processos de pesquisa coreográfica, pedagogia, e em filmes com colaboradores de várias áreas. Apresentou peças suas em Portugal, na Alemanha e em Espanha, das quais destaca: «Einzimmerwohnung» (2004), «Süss» (2007), «Un Femme» (2009), «Aprés 7 Ans de Malheures Elle Brisa Son Mirroir» (2013), e «Capricho#2, Outra Coisa», com Daniel Pizamiglio (2017). Actualmente, lecciona o seminário de Dança em Contexto, no mestrado de Artes Cénicas como professora convidada, FCSH-NOVA. Participa também na organização de vários encontros, eventos e discussões com o AND_Lab, baldio-estudos de performance, RIA-rede de investigação artística. Doutorada em Ciências da Comunicação, Comunicação e Artes (2016 FCSH), fez o mestrado de Cultura Contemporânea e Novas Tecnologias (2011), licenciatura em Antropologia (2005), Bacharelato em Dança (1996) e o Curso Profissional de Dança – CIDC (Forum Dança 1999).