Carminda Soares + Inês Minor — Vencedoras ‘VAGABUNDAS’

Carminda Soares + Inês Minor — Vencedoras ‘VAGABUNDAS’
Gaivotas Em Terra

Cepa Torta

Carminda Soares + Inês Minor — Vencedoras ‘VAGABUNDAS’


Sábado • -

Duração: 120min
Classificação etária: +12
Entrada livre mediante inscrição: : : : : : : : : : : : : : : : : : :

Reservas: €

Durante o mês de fevereiro decorreu a Open Call VAGABUNDAS – Residências Artísticas Mercedes Blasco – que este ano entrou na sua terceira edição. O objetivo foi selecionar duas artistas, para a atribuição de uma bolsa e residência artística na Mina de S. Domingos, concelho de Mértola.

Promovido pela Companhia Cepa Torta, com o apoio da Câmara Municipal de Mértola, e tendo como parceiros a Fundação Serrão Martins e a Rua das Gaivotas 6, VAGABUNDAS é uma residência artística de criação que tem como objetivo promover a criação artística no feminino e na interseção com o desenvolvimento de trabalho artístico descentralizado em particular em comunidades com problemas de desenvolvimento e desertificação.

Recebemos este ano 36 candidaturas e coube ao nosso júri, que este ano contou com a participação das artistas Cláudia Jardim, Patrícia Portela e Inês Achando, a difícil tarefa de escolher os dois projetos vencedores desta edição.

Foram selecionadas as artistas Carminda Soares e Inês Minor, com os projetos “Ferrugem” e “Raíz de Curandeira”, respetivamente.

Ferrugem
de Carminda Soares

“Ferrugem” é uma conferência-performance que traça um paralelismo entre os conceitos de abandono, luto e solidão e a paisagem da Mina de S. Domingos. Através da transformação geológica e social desse território, o projeto pensa o vazio e a ausência — não apenas como estados físicos, mas como consequências impostas por sistemas sociopolíticos contemporâneos.

Carminda Soares é artista multidisciplinar com trabalho nas áreas da dança, performance e escrita. O seu trabalho caracteriza-se por uma procura por novos dispositivos coreográficos e textuais, trabalhando sobre estados de intimidade, resistência e agressão. Os seus projetos têm sidoapresentados em diferentes contextos artísticos, dos quais destaca “Simulacro” (2022) em colaboração com Margarida Montenÿ; e “It’s a long yesterday” (2021), criado em parceria com Maria R Soares. Escreveu “Light On Light” (2022), texto publicado no Festival – Livro END e que foi, mais tarde, apresentado em formato de percurso sonoro. Em 2023, foi distinguida com a Bolsa Jovens Criadores do Centro Nacional da Cultura em Literatura. A par do desenvolvimento das suas próprias criações, tem vindo a colaborar como intérprete com diferentes artistas nacionais e internacionais, entre os quais: Catarina Miranda, Lisa Freeman, Ao Cabo Teatro, Paulo Brandão, Ballet Contemporâneo do Norte, Victor Hugo Pontes, Marianela Boán, Lara Russo, Gonçalo Lamas, entre outros.

Raiz de Curandeira
de Inês Minor

“Raiz de Curandeira” é um projeto que procura refletir sobre o legado da mulher “curandeira” e/ou “bruxa” a partir do registo da tradição oral de saberes populares, lendas e narrativas ainda presentes na memória coletiva e individual da comunidade da Mina de S. Domingos. Através de um objeto artístico teatral, tematiza-se a relação da Natureza com a mulher e discute-se a importância da autossuficiência comunitária na possibilidade de um colapso dos sistemas tradicionais.

Inês Minor, Mora. É licenciada em Teatro na Escola Superior de Artes e Design de Caldas da Rainha (2019). Participou no Festival Literário Internacional de Óbidos (Fólio), com a co-criação “Pintei naquela parede branca o meu medo de azul” (2019). Fez parte do elenco de “Atalhos” (2020) e “Juventude Inquieta” (2021) de Joana Craveiro/ Teatro do Vestido. Trabalhou com a companhia Lendias d’Encantar como atriz em diversos espetáculos, “Quarteto de Alba 2.0″(2020), “História de uma Boneca Abandonada”(2022) e “Coração de Antígona” (2023). A sua mais recente criação teatral é “Revolução dos Castigos”, uma proposta artística concebida no Ciclo Quanto Vale a Liberdade?, uma programação da Fábrica das Artes / CCB. Atualmente está a desenvolver a sua média-metragem “Reticências de Uma Revolução”, que documenta a visão das mulheres em Mora (Alentejo) na época da Reforma Agrária.