Terceira Pessoa & Darling Desperados
A Possibilidade de uma Ilha
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Quarta-Sábado • -
Reservas: €
A Possibilidade de uma ilha é uma coleção de dispositivos que convocam o público a refletir sobre vários acontecimentos performativos cuja premissa é: the artist is not present.
Aqui a dicotomia conceptual entre o tempo presente do fenómeno e a ausência física do artista/da obra são o ponto de partida que une todas as peças propostas para este projeto, levando a interatividade do público com a obra a um lugar de questionamento sobre onde está assente a intencionalidade da arte: a obra é a intenção do olhar para um objeto ou é simplesmente o objeto exposto ao olhar do público?
As peças aqui apresentadas podem ser lidas como ilhas de acontecimentos que aparecem e desaparecem ao ritmo do leitor/espectador que, com a sua presença, faz emergir e submergir micro-eventos no macro-vazio exposto na galeria.
Numa tentativa de amplificação e disseminação da ideia de que o artista não está presente ou de que obra não está aqui, A Possibilidade de uma Ilha está em exibição em 4 cidades de 2 países diferentes ao mesmo tempo.
Este projeto é o resultado da colaboração entre a Terceira Pessoa, de Castelo Branco e a Darling Desperados, de Estocolmo, ambas estruturas de criação artística que têm feito caminhos muito próximos no que respeita à forma e ao conteúdo de alguns projetos.
Por um lado, as práticas intimamente ligadas às artes de palco, nomeadamente o teatro, bem como o constante movimento de questionamento desta disciplina, traz às duas estruturas uma relação de admiração mútua pela forma com que trabalham.
Os trabalhos que as estruturas têm desenvolvido nos últimos 3 anos, que abordam os universos do digital e do virtual, deram, por outro lado, força à efetivação desta parceria. Em A Possibilidade de uma Ilha, as estruturas desafiaram-se a trabalhar a performatividade do corpo – o analógico – em relação direta com a ausência da fisicalidade – o virtual. Este binómio vem desafiar a equipa artística a, mesmo estando fisicamente ausente, criar um conjunto de obras que ativem uma fisicalidade, uma presença e um presente, concretizando assim o desejo antigo de desenvolverem um projeto artístico juntas.
A Terceira Pessoa é uma estrutura que desenvolve projetos artísticos, com especial enfoque nas artes performativas e dos cruzamentos disciplinares. Nos seus projetos, privilegia uma abordagem multidisciplinar, integrando profissionais provenientes de linguagens artísticas diversificadas. Abrangendo públicos de várias faixas etárias e meios sócio-culturais diversos, a Terceira Pessoa constrói um projeto de aproximação da comunidade aos territórios culturais da sua zona, bem como de outros locais do país e de promoção de uma troca entre o património local e as linguagens contemporâneas. A Terceira Pessoa é uma estrutura financiada pela Direcção Geral das Artes/República Portuguesa Cultura.
Darling Desperados foi fundada por Ulrika Malmgren e Katta Pålsson. Conheceram-se na Escola Superior de Teatro de Malmö, onde frequentaram a mesma turma em 84-87. Performances premiadas e trabalhos artísticos pioneiros, fizeram do nome um símbolo associado a uma forma de arte de vanguarda que procura sempre colaborações com novas técnicas, histórias fortes, encenações inovadoras, artistas de vanguarda e oferece ainda um espaço para residência e pesquisa artística em relação com o público. Já encenou, dirigiu e interpretou mais de 50 obras originais, 15 curtas-metragens e fez digressões internacionais. A sua primeira produção foi um filme baseado numa peça sobre os últimos 30 segundos de Marilyn Monroe, antes do momento da sua morte. A decisão de que Darling Desperados deveria conter tudo o que elas queriam, filmes, teatro, música, performance, exposições … fez com que se transformasse no seu parque de diversões e local de trabalho durante quase 25 anos.