Sofia Soromenho
2º PARÁGRAFO
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Sexta-Sábado •
Duração: 55min
Classificação etária: 12
Reservas: 7.5€ • 5€ [Desconto]
Corpos anónimos que se movem a alta velocidade para onde vão?
Apressam-se para quê?
Andam, caminham, correm, caem, levantam-se, mas não se tocam.
Estão sozinhos.
Comunicam através de um ecrã – um telemóvel, um tablet, um computador – quem são?
O que sentem?
Um universo feminino que vacila entre a fragilidade e a força.
Personagens que se metamorfoseiam que nunca são exclusivamente uma só: são várias sobrepostas, que se mostram e se escondem por entre a narrativa.
Elas querem comunicar, querem falar, só que às vezes a voz não chega.
A voz não dá conta do sentimento.
As palavras são vazias e as relações virtuais.
O desconforto entranha-se e transborda pelo olhar, pelo corpo.
Uma mulher sozinha, uma mulher que está ausente no presente.
Muitas mulheres.
Uma mulher, sozinha.
A criação foi feita em torno de quatro mulheres que assumem diferentes personagens ao longo da peça. Elas trazem para a cena um universo feminino que nas entrelinhas revela camadas densas de discriminação racial/cultural e também de género. Mulheres que carregam um património difuso e indefinível: entre culturas, entre línguas, entre linguagens, entre géneros, entre países, entre cores, entre gestos. Elas querem comunicar, mas há sempre um corte a meio do discurso, do gesto. Uma queda que não chega a cair porque há uma urgência em continuar. Também escrevem longos parágrafos virtuais que se perdem na tradução. Nunca dizem aquilo que querem dizer, ou dizem-no, mas não se entende.
ficha técnica e artística
Direção artística Sofia Soromenho
Interpretação e co-criação Anouschka Freitas, Daniela Serra, Rebeca Sacasi, Sofia Soromenho
Apoio dramatúrgico Daniel Tércio
Música original Vítor Rua
Colaboração artística António Tavares
Imagem e vídeo Miguel Serra
Apoios Direção Geral das Artes; Resto de Nada – Associação Cultural; Teatro do Vestido; Escola Superior de Tecnologias e Artes de Lisboa (ESTAL); LARGO Residências; Sociedade Musical da União Paredense (SMUP), Alto Comissariado para as Migrações, SOS Racismo