Diego Bragà
Geografia do Amor
A partir da herança (i)material de Ricardo Braga
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Quinta-Sábado •
Duração: 60min
Classificação etária: +16
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𝐁𝐈𝐋𝐇𝐄𝐓𝐄𝐒: 𝟏𝟐€, 𝟏𝟎€ 𝐨𝐮 𝟖€
: : : : : : : : : : : : : : os diferentes valores não correspondem a uma diferença de lugares, apenas permitem que se pague o mínimo ou, sendo possível, que se contribua com mais para apoiar xs artistas
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Reservas: €
CONCEÇÃO, TEXTO, ENCENAÇÃO & MÚSICA Diego Bragà
Este espetáculo parte da herança do Ricardo Wagner Braga, meu tio – que me perseguia, pela casa, vestido de bruxa – como possibilidade de criação de uma cartografia atualizada, festiva e erótica do mundo. A herança é uma caixa com arquivos pessoais colecionados nas décadas de 1970, 1980 e 1990. O recorte geográfico da coleção contempla dezassete estados brasileiros (Amazonas, Pará, Pernambuco, Sergipe, Paraíba, Ceará, Bahia, Mato Grosso, Distrito Federal, Goiás, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul); e catorze países estrangeiros (Angola, Chile, Estados Unidos da América, Peru, Panamá, Portugal, Canadá, Itália, Espanha, Holanda, Inglaterra, Israel, Iraque e Suíça).
Nesta coleção, entre os objetos, encontram-se: duzentos e cinquenta e quatro cartões-postais de cidades, escritos e com selo, trocados com cerca de cento e sessenta mulheres e homens (80% homens, 90% brasileiros); duzentos e cinquenta cartões-postais de cidades sem selo e assinatura; documentos de identidade; cartas de Amor; cartas de saudade; fotografias pessoais; fotografias de Sereios; folhas de diários; um desenho de uma “Miss Universe”; cartões-postais enviados por mim; cartões de Natal; santinhos de morte; entre outros.
Este melodrama propõe ser um gesto utópico de atualização dos arquivos e herança do Ricardo, falecido por decorrências da AIDS, no ano de dois mil e onze. Tal gesto foi feito com Amor e oferendas materiais; imateriais; estéticas; iconográficas; mitológicas; poéticas; espirituais; mágicas e intuitivas.
Chamei a esse gesto de “Geografia do Amor”. Um atlas – catártico, libertador e mágico, como os contos de fadas – que celebra xs nossxs mortxs e ancestrais queer.
DIEGO BRAGÀ
Diego Bragà é uma criança dos anos 90 e desde esse tempo se identifica com o gênero não binário, nasceu em Belo Horizonte e vive em Lisboa. Iniciou os seus estudos na adolescência. Formação: Graduação em “Comunicação Social” – monografia sobre o corpo na obra da Lygia Clark; Dança (ballet/moderno/jazz/contemporâneo) pelo Primeiro Ato Centro de Dança; Atuação pela UFMG; “Creating Theatre and Performance” pela London International School of Performing Arts; Entre as bolsas de criação que recebeu destacam-se para a Sundance Film Festival; Royal Shakespeare Company; British Council/ Creative Scotland; Goethe Institut; Belas Artes ULisboa e Bolsa Self Mistake. Como criador@ nas artes já recebeu os prêmios CenaMinas, CenaMúsica, CulturaCopa e Artista Revelação Encontro. No Brasil e junto com o pintor Martim Dinis fundou a premiada plataforma MADAME TEATRO.
Os espetáculos profissionais que criou são BATA-ME (2014); Em Louvor à Vergonha (2014); Salomé (2017); Entre as suas cocriações destacam-se Cleópatra (2017), Passada – Choque de Monstrxs (2019) e Festa de 15 Anos (2020).
Em 2022 lançou o EP “Geografia do Amor” produzido pelo icônico Chico Neves (Chico produziu discos de Elis Regina, O Rappa, Milton Nascimento, Los Hermanos e Gilberto Gil).
As suas criações já estiveram nos: Festival Temps d’Images, National Theatre of Scotland, Almagro Festival, SESC, FUNARTE, CCBB, Queer Film Festival, Festival de Edimburgo, Rough Mix e Sundance Film Festival.
Trabalhou com Albano Jerónimo, Jêróme Bel, Julie Beauvais, Horace Lundd, Susan Worsfold, Tiago Rodrigues, Mickael de Oliveira, Grupo Galpão e Anna Dora Dorno.
Estudou com Meg Stuart, Thomas Ostermeier, Amy Russell e Marina Abramovic.