Sonho que não se pode quebrar e não se pode quebrar e não se…

Sonho que não se pode quebrar e não se pode quebrar e não se…
Gaivotas Em Terra

A.ves

Sonho que não se pode quebrar e não se pode quebrar e não se…

“A partir de “The dream” de Henri Rousseau, executam-se tarefas sobre e/que incentivam ao son(h)o.
Yadwiga é, e sonha,
vive no subconsciente acompanhada, e alimenta-o,
Ela não é sobre concretização, orgulho, medo e inveja.
A cobra é fundadora e intemporal, tem cores vibrantes.
Pigmentos
Sonha a preto e branco
Onde é que está o teu?

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    Quinta-Sábado •

  • Sábado •
    INTERFLUÊNCIIAS #12

Duração: 70min
Classificação etária: m/ 6

Reservas: 5€

As palavras intrigam-me, numa interrupção abrupta. A tentativa de descrição (a tentativa em si mesma e a descrição) intrigam-me numa interrupção abrupta. Levemente trago as palavras que me intrigam, para suportar ou afirmar este ambiente interior e quiçá libertá-lo. Este universo onírico, desconhecido, estrangeiro, alimentado perpetuamente da “imparcialidade” no nosso subconsciente e corpo. Florescem as flores de lótus, mas não cheira a pântano, a lodo, a putrefação. Algo está errado, belisco-me. Hipnotizo tigrezas e leões, os piso. Algo está errado, belisco-me. Chamo as cobras no/do deserto, vibrações inimigas encantam-me, arranca-lhes o maxilar e o veneno. Algo está errado, belisco-me. Os cachos de bananas crescem ao contrário e estão verdes na mastigação. Algo está errado, belisco-me.
“Imparcialmente” assistimos ao sonho de Yadwiga.

CRIAÇÃO, TEXTO E DRAMATURGIA A.ves
CO-CRIAÇÃO E INTERPRETAÇÃO A.ves, Leonor Lopes, Patrícia Alves, e Francisco Arez
MAQUILHAGEM Alice Antunes
ASSISTÊNCIA Josefa Pereira, Leonor Mendes, Beatriz Pereira e Cláudia Tomás
RESIDÊNCIAS O Corpo da dança – Torres Novas, Convento do Carmo – Município de Torres Novas, Pólo Cultural das gaivotas Boavista – Lisboa, PENHA SCO ArteCooperativa – Lisboa

“(…) Hearing flutes, you
Dreamed yourself away in the moon’s eye

To a beryl jungle, and dreamed that bright moon-lilies
Nodded their petaled heads around your couch.
And that, Rosseau told the critics, was why the couch Accompanied you. So they nodded at the couch with the moon And the snakecharmer ́s song and the gigantic lilies, Marvelingly numbered the many shades of green.

But to a friend, in private, Rosseau confessed his eye
So possessed by the glowing red of the couch which you, Yadwigha, pose on, that he put you on the couch
To feed his eye with red: such red! under the moon,
In the midst of all that green and those great lilies!”

Sylvia Plath, Sestina for the douanier, 1958

A.VES

A.ves cresceu pelo sopé da Serra D ́Aire e pela bacia hidrográfica do rio Almonda, Portugal. Aos 14 anos começou a estudar dança, criação e interpretação na Escola O Corpo Da Dança – Torres Novas (professora: Marta Tomé), participou em 2 escolas de Verão do festival materiais diversos em Minde, com Miguel Pereira e Teresa Silva (2015) e com o Marcelo Evelin (2016). Em Lisboa fez workshop com Emmanuelle Huyn (2017), Vera Mantero (2018), Yael Karavan (2018) e Radouan Mriziga (2019). Participou na performance de Ana Borralho e João Galante “Gatilho da Felicidade” (2017 – Alcanena), no projeto “P.E.D.R.A. – Clara Andermatt” com coreografia de Amélia Bentes (2018 – Lisboa e Porto) na peça de Raimund Hoghe “Momentos of Young People” (2018 – Teatro Municipal do Porto_Rivoli) e na peça de Pedro Barreiro “O Mandarim – apóstrofe e paciência” (Contradança festival, Covilhã 2018). Estudou na Escola Superior de Dança em Lisboa (2017-2019) e na AHK Amsterdão, no curso Expanded Contemporary Dance (2019-2020). O seu trabalho artístico mescla as disciplinas de dança contemporânea, performance art, poesia e ecologia.

 

LEONOR LOPES

Leonor Lopes nasceu em Santarém, 1999, e em 2006 inicia aulas de dança clássica e moderna. Em 2017 começa a frequentar a Escola Superior de Dança e no 3o ano, em mobilidade, estuda na Universidade de Stavanger, Noruega. Juntamente com António Liberato criou a peça “Vêm aí os desgraçados…”’ selecionada no Concurso Jovens Criadores para ser apresentada na Bienal da cplp em Luanda. Participou na reorganização e montagem, na ESD e na RE.AL, de “Para uma Timeline a Haver” de João dos Santos Martins, Ana Bigotte Vieira e Carlos Oliveira. Foi assistente de ensaios nas peças “Num Vale do Aqui” por Daniel Matos da CAMA a.c. e “MONUMENT 0.6: HETEROCHRONIE / Palermo 1599 – 1920” de Eszter Salamon. Ultimamente tem focado a sua pesquisa sobretudo na ideia de feminilidade, exagerando-a e desconstruindo-a, de forma a criar personagens absurdas e surreais.

 

FRANCISCO AREZ

O berço de Francisco Arez tomou espaço em terras de figueiras e oliveiras, propriamente falando, em Torres Novas, Portugal. Seguiu o curso que lhe fora pré-designado numa microcultura citadina-ocidental até aos dezanove anos, altura em que acabou o ensino secundário. A 2 de fevereiro de 2017 viajou à Geórgia, mais precisamente Ozurgeti, onde cumpriu um Serviço de Voluntariado Europeu por três meses e, no seguimento, materializou a sua primeira obra “Desromantização” (2018) na forma de um livro, que publicou independentemente. Nesse mesmo ano publicaria uma coleção de diários escritos aquando um couchsurfing no Reino Unido, “Southampton Diaries: a Collection” (2018). Partindo dessa primeira manifestação começou a explorar a vertente artística nas suas variadas modalidades, como espaço de expressão e comunicação, aliando-se ao Colectivo249 para dois trabalhos: a co-criação performática “Meia Metade” (2018), a instalação e performance no “Cuidado com o Degrau” (2018). Nos últimos dois anos esteve envolvido em vivências tribais e ascéticas em meios naturais e selvagens explorando o xamanismo através das suas experiências com enteógenos, a permacultura e o minimalismo. Dedica-se ao estudo de outras disciplinas com as quais reflete e cultiva o seu espaço interior como a nutrição, a psicologia, o herbalismo, a medicina ancestral, a ecologia. Move-se pela vida de uma forma holística e multidisciplinar inspirando-se na biodiversidade e complexidade da Lei Natural.

 

PATRÍCIA ALVES

Patrícia Alves, nascida no berço sujo do ribatejo e criada nos campos verdes do Alentejo. Mergulhou cedo na literatura, consumindo tudo quanto lhe agradava até se afogar no seu núcleo antissocial de destruição e construção pessoal. Licenciada em Estudos Africanos pela faculdade de letras da universidade de Lisboa, na qual contínuo o seu percurso de construção individual, desta vez acompanhada. Aventurou-se pela eletrónica experimental ‘’Learn how to fly’’ pela None Juliet (2019) soundcloud. Marcou presença na residência social ‘’Laboratório ODS’’ desenvolvido pelas OND’s Par Respostas Sociais e Instituto Marquês de Valle Flor, inspirada pelo que viveu organiza quatro limpezas ao rio Almonda, expondo de seguida todo o conteúdo recolhido numa instalação cúbica colocada no centro da cidade (mostremos-lhes o que fazem) (‘’Tudo o que vem à rede é plástico’’ (2020)). Envergou brevemente, pela pedagogia, momento em que lecionou Educação Ambiental em inúmeras escolas primárias da Chamusca (2020).  Neste momento encontra-se a terminar o seu primeiro romance ‘’Sapatos feitos para um homem sem pés’’ previsto para um dia destes.