Don’t Believe in Modern Love

Don’t Believe in Modern Love
Gaivotas Em Terra

Lucrezia de Fazio

Don’t Believe in Modern Love


  • Quinta •
    INAUGURAÇÃO
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  • tuesday-friday • -
  • saturday • -

Reservas: Entrada livre

O trabalho de Lucrezia é sobre encontros com ela própria: com o seu corpo e com a textura deste, com a sua forma; ou com outra pessoa, ao relembrar o momento em que esse encontro aconteceu e revelando-o. É sobre a intimidade e a intimidade partilhada. É sobre o amor. Uma história de amor. Onde o encontro, o sexo, a obsessão, o abandono, a dor e o prazer são os seus elementos principais. Como o título sugere, a exposição Don’t Believe in Modern Love (Não Acredites no Amor Moderno) é uma reflexão sobre os relacionamentos na nossa sociedade contemporânea e Ocidental. No começo do novo milénio, o filósofo e sociólogo polaco Z. Bauman cunhou a metáfora da solidez e da liquidez para caracterizar o que significa ser moderno na nossa condição atual. De acordo com Bauman, nós vivemos num tempo de interregno, no qual as velhas certezas como o emprego, o casamento, a religião, a família, estão a ser veementemente postas em causa. Num presente caracterizado pela mudança constante, elas parecem ser inapropriadas e castradoras; enquanto as novas maneiras de lidar com os desafios da vida moderna aparentam ser demasiado efémeras, esperanças trêmulas com as quais não podemos contar. A ideia da exposição e dos seus trabalhos gira em torno da tentativa de mediar a possibilidade de encontrar um equilíbrio entre os nossos desejos de liberdade e de estabilidade, de liquidez e de solidez, em relação a uma “cara-metade”.

 

curadoria Mattia Tosti

A prática artística de Lucrezia desenvolve-se através do desenho, da instalação de vídeo e da fotografia, numa pesquisa em torno das esferas da intimidade, da sexualidade e do discurso com o outro – o subconsciente. O seu trabalho tem raízes na escultura, no que diz respeito à transformação da matéria e à relação entre o orgânico e o inorgânico. O desenho é a base da sua prática artística; não apenas na sua configuração mais tradicional de tinta sobre papel, mas também enquanto quadro de suporte das suas instalações de vídeo, das suas esculturas e das suas performances. O elemento chave na prática de Lucrezia é o processo; a artista interessase pelo estudo e pela indagação da experiência, pelo impacto com a obra, desde o início da sua criação até à impressão provocada por esta no público. Lucrezia licenciou-se em Escultura na Rome University of Fine Arts (RUFA) e completou um mestrado de Photography and Contemporary Practices na Central Saint Martins de Londres (2015- 2017). Durante o mestrado em Londres ganhou uma bolsa para participar na Stokkøya Collaborative Residency na Noruega (2017), onde trabalhou num projeto de Land Art. Em 2018 participou na residência Casa Lu, na Cidade do México, e na primeira edição da residência ASTRA, em Spoleto, da qual ela é co-fundadora. Lucrezia participou também na sétima edição da Feira Salon Acme (Fevereiro 2019) e é finalista do Prémio Arte Laguna (Março 2019, Veneza). O seu trabalho tem sido exposto no Reino Unido, México, Itália, Polónia e Noruega. Neste momento vive e trabalha em Barcelona, onde DON’T BELIEVE IN MODERN LOVE Exposição de Lucrezia de Fazio BIOS está a desenvolver um projeto de jóias de artista.

Mattia Tosti é curador independente e investigador. Licenciou-se em Política, Filosofia e Economia na LUISS Guido Carli, em Roma (2012-2016). Atualmente frequenta o último ano do Mestrado de Estudos Culturais, com especialização em Gestão das Artes na UCP, em Lisboa.